segunda-feira, 11 de abril de 2011

Afinal, o que o Brasil quer da Copa do Mundo?

Botar a mão na taça não é objetivo do país. É da seleção.

Qualquer empresa, quando faz algum investimento, tem objetivos muito claros. Entre eles, podemos ter aumentar a produção, melhorar a qualidade do produto, treinar seus colaboradores, dar melhores condições de trabalho e sociais aos seus funcionários, melhorar a imagem institucional, melhorar a imagem dos produtos, lançar novos produtos, além de muitos outros.

Definindo o que ela precisa e deve fazer, vai buscar as alternativas adequadas a cada objetivo. Pode comprar novo maquinário, pode modernizar as embalagens e pode fazer uma atividade de marketing com propaganda, promoção, patrocínios e vários outros.

No caso de atividade de marketing, busca no mercado as informações necessárias para que a oferta do produto seja a mais próxima possível das aspirações do seu consumidor. Aliás, antes de colocar um determinado produto no mercado, a empresa já realizou ampla consulta mercadológica para saber que tipo de produto o mercado estava buscando ou precisando.

Vamos supor que o marketing da empresa chegou à conclusão de que deveria fazer patrocínio esportivo. Ou patrocínios esportivos.

Para isso, contratou uma agência de marketing esportivo séria, profissional, com histórico para fazer o planejamento estratégico de qual tipo de patrocínio e evento ela deveria patrocinar para atingir, sensibilizar, encantar e conquistar o seu consumidor alvo.

Nesse planejamento deve constar claramente o objetivo a ser alcançado - pode ser institucional, comercial, social entre tantos outros - o valor a ser investido e o retorno esperado. Dessa forma, a avaliação do investimento poderá ser feita de forma correta. O famoso ROI tão desprezado pelos governos, empresas públicas, estatais e políticos.

Quem poderia me informar - é um desafio público - quais as contas que o governo brasileiro fez para conquistar a realização da copa do mundo de futebol para o Brasil. Quais os objetivos comerciais, institucionais, ou outros levaram o país a buscar o direito de sediar uma copa do mundo?

Posso dar algumas dicas de outros países.

A Alemanha quis a copa para poder mostrar ao mundo, e Europa principalmente, que o povo alemão não é um povo sisudo, mal humorado e mau anfitrião. Quis mostrar que, ao fazer turismo na Alemanha, o turista iria encontrar tecnologia, belezas naturais, bons hotéis, boa cerveja, bons vinhos, bons restaurantes e... um povo alegre, cordial, simpático e acolhedor. Para tanto, antes de criar a marca da copa da Alemanha, criou o seu posicionamento: mostrar ao mundo que é um momento de fazer amigos. A frase gerou o logo da copa. Diferentemente do Brasil que criou uma marca sem saber o posicionamento da imagem que o país quer ter no mundo.

A frase da China, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, também aproveitou o momento de extrema visibilidade para propor ao mundo: um só mundo, um só sonho.

A África do Sul, por sua vez, utilizou a sua necessidade de transpor seus problemas sociais e raciais com o tema: um lugar para todos.

E o Brasil? O que queremos mostrar para o mundo?
Que somos o país do samba, carnaval e futebol?
Que somos um país de belezas naturais?
Que somos um país de oportunidades comerciais, que temos um potencial de consumo excelente?
Que somos um país tecnologicamente avançado ou quase?
Que vamos fazer os maiores investimentos já vistos em todas as copas do mundo com dinheiro público?

Os profissionais de marketing, os investidores, os patrocinadores, os anunciantes esperam que as autoridades que se apoderaram da Copa, nos dêem um norte, para que todos possam falar a mesma linguagem, trabalhar com o mesmo objetivo e somar esforços.

Botar a mão na taça, não é objetivo do país. É da seleção.

José Estevão Cocco

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