quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O presente e o futuro das modalidades esportivas no Brasil dependem diretamente da administração das Confederações e Federações


José Estevão Cocco
O exercício de cargos diretivos e administração do marketing, imprensa e eventos da Federação Paulista de Ciclismo, da Confederação Brasileira de Ciclismo, da Confederação Brasileira de Basquete, da Federação Paulista de Vôlei, da Confederação Brasileira de Vôlei – administração Nuzman – além da direção de marketing de empresas fabricantes de produtos inerentes ao consumo esportivo e qualidade de vida, entre outras, me proporcionou know-how suficiente para analisar o fraco desempenho administrativo, governança e marketing de grande parte de nossas Federações e Confederações.
Existem raras exceções.
A principal razão do insucesso, derivada dos sistemas eleitorais, é a perpetuação no poder de dirigentes acomodados, incapazes e desmotivados. Hoje, um dirigente só é derrotado em eleições se quiser.
Recorrentemente recebo queixas de dirigentes esportivos reclamando da falta de patrocínios e verbas públicas.
É necessário que se diga que a maioria dos dirigentes são amadores – na mais digna acepção do termo: amar – do esporte. Sem a colaboração desses amadores do esporte, que vibram e vivem pelo esporte, entendo que a situação estaria bem pior.
Infelizmente, como diz o dito popular, de bem intencionados e incapazes o inferno está cheio.
Ao participar de um fórum, eu estava tentando convencer os dirigentes de que eles necessitavam ter colaboradores profissionais em governança, administração, planejamento, operação, propaganda, técnico e, principalmente, marketing e ouvi que “se as entidades não têm verba nem para subsistência como fariam para ter uma estrutura profissionalizada...”.
Mas, em contrapartida, quanto menor é a verba conseguida, mais ela é mal investida.
Todos querem receber patrocínios privados sem terem nada para dar em troca. Sem ter o produto. E se têm, não sabem o que significa o produto no mercado. Quanto vale? Para quem? Quem consome? Etc, Etc, Etc.
Está na hora de mudar. É preciso por um fim na acomodação da perpetuação do poder. Dar voz e oportunidades aos atletas, aos clubes, à profissionalização. Se a entidade não tem verba para se profissionalizar, a única saída é que seus dirigentes sejam profissionais remunerados clara, justa e honestamente.
Já temos alguns exemplos despontando com sucesso.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O Futuro do Futebol Brasil (2): quais as razões para o Brasil não ter uma política estratégica para o desenvolvimento da Indústria do Futebol?



“O esporte brasileiro é público ou privado?” e “Qual a razão de não haver técnicos brasileiros em times importantes do exterior?”.

José Estevão Cocco
Com grande possibilidade de acerto, podemos afirmar que praticamente a totalidade dos brasileiros entende que a Indústria do Futebol é muito importante para o Brasil.
Importante sob muitos e vários ângulos de análise.
Importante para a visibilidade mundial do país. Importante socialmente. Importante para a quase totalidade dos meios de comunicação. Importante para patrocinadores, anunciantes, indústria de fabricação de milhares de produtos objetivando o consumo pela prática do futebol e pelos seus praticantes, seguidores e torcedores. Importante para dirigentes, atletas, técnicos, jornalistas, profissionais de marketing, de educação física e, principalmente, importantíssimo para os políticos dentro e fora dos clubes.
Se há tanta importância, por que o Brasil não leva a sério o devido aproveitamento da Indústria do Futebol, que pode ser uma das maiores indústrias para o país.
Na minha opinião, considerando que a Indústria do Futebol significa algo em torno de 1,25% do PIB brasileiro, ela precisa de uma plano estratégico de marketing, visando explorar toda a potencialidade do esporte. Conceituar e medir essa indústria como produto com total adequação aos mercados internacionais.
Quanto vale o futebol brasileiro internacionalmente? Qual a razão dos clubes brasileiros não terem atividades internacionais, excluindo a razão calendário de jogos? Como melhorar a formação de novos craques, técnicos e dirigentes?
Assim como a formação de gestores, a formação de técnicos é absolutamente necessária visando o futuro do futebol a partir das escolinhas de futebol.
Quais os grandes times internacionais que contam com técnicos brasileiros?
O Brasil precisa pensar a Indústria do Futebol mais profissionalmente e menos politicamente (no mau sentido).
Já fizemos várias tentativas junto aos órgãos competentes. Mas, infelizmente, o político sempre vence o profissional.
A ABRAESPORTE – Academia Brasileira de Marketing Esportivo está elaborando um interessante trabalho nesse sentido e busca a colaboração de profissionais para enriquecimento do resultado.

José Estevão Cocco
Diretor-presidente da J.Cocco Sportainment Strategy
Presidente da Academia Brasileira de Marketing Esportivo – ABRAESPORTE
Membro da Academia Brasileira de Marketing – ABM
Conselheiro da Associação de Marketing Promocional – AMPRO
Idealizador e professor do Curso Sportainment Strategy – A Nova Geração do Marketing Esportivo
Consultor e palestrante sobre Maketing Esportivo e Sportainment

Poder público reativo



José Estevão Cocco
Incrível a capacidade dos políticos e demais integrantes do poder público de explicar o inexplicável.
Sempre que acontece um episódio negativo, nas cidades, estados e no Brasil, a reação dos responsáveis públicos é unânime: “já estamos elaborando um projeto específico e formando uma comissão para estudar o assunto” ou “o local não tinha o alvará de funcionamento, nem o laudo do Corpo de Bombeiros...”.
E a quantidade enorme de funcionários públicos e agentes de fiscalização? O que fazem? Onde andam?
E a população que deveria fiscalizar os fiscais, onde se esconde? Atrás dos votos de cabresto? Medo de perder a boquinha?
E os vereadores, deputados, senadores, além de politicagem, o que fazem de sério e produtivo em prol da população?
Fosse o poder público mais propositivo, mais sério, mais trabalhador, mais responsável, menos enganador, as tragédias seriam muito minimizadas.
Se a Justiça (como poder público) fosse mais ágil, se os Procuradores não fizessem somente ações de repercussão na mídia, se a polícia tivesse uma atuação mais eficaz e a população mais responsável com seus deveres, não teríamos tantos corruptos e aproveitadores da inércia das ditas autoridades.
E a população? O que faz para se proteger nesta selva moderna? Espera eternamente que as autoridades façam o que ela, população, deveria fazer em defesa da própria vida?
Lógico que a responsabilidade pela manutenção de locais públicos em perfeitas condições de segurança e de uso é das autoridades legal ou ilegalmente constituídas, via de regra corruptas.
Mas a garantia de sobrevivência é de cada cidadão. Tirando a regras de guerra onde a pessoa é obrigada a colocar sua vida em risco, não existe a obrigação de entrar num recinto hermeticamente fechado e sem qualquer cuidado com segurança.
Não adianta nada perder a vida e colocar a culpa no poder público.
A vida nunca será devolvida. Cada um tem que cuidar da sua.
Verifique se dá para atravessar a rua com segurança, apesar de ter faixa e sinalização. Sempre haverá um motorista desqualificado, bêbado, com carteira vencida que, com certeza, nunca foi fiscalizado.
Infelizmente, não podemos confiar nas nossas autoridades e na sua proatividade, honestidade de propósitos e eficácia.
Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós.

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