José Estevão
Cocco
O exercício
de cargos diretivos e administração do marketing, imprensa e eventos da
Federação Paulista de Ciclismo, da Confederação Brasileira de Ciclismo, da
Confederação Brasileira de Basquete, da Federação Paulista de Vôlei, da
Confederação Brasileira de Vôlei – administração Nuzman – além da direção de
marketing de empresas fabricantes de produtos inerentes ao consumo esportivo e
qualidade de vida, entre outras, me proporcionou know-how suficiente para
analisar o fraco desempenho administrativo, governança e marketing de grande
parte de nossas Federações e Confederações.
Existem
raras exceções.
A principal
razão do insucesso, derivada dos sistemas eleitorais, é a perpetuação no poder
de dirigentes acomodados, incapazes e desmotivados. Hoje, um dirigente só é
derrotado em eleições se quiser.
Recorrentemente
recebo queixas de dirigentes esportivos reclamando da falta de patrocínios e
verbas públicas.
É necessário
que se diga que a maioria dos dirigentes são amadores – na mais digna acepção
do termo: amar – do esporte. Sem a colaboração desses amadores do esporte, que
vibram e vivem pelo esporte, entendo que a situação estaria bem pior.
Infelizmente,
como diz o dito popular, de bem intencionados e incapazes o inferno está cheio.
Ao
participar de um fórum, eu estava tentando convencer os dirigentes de que eles necessitavam
ter colaboradores profissionais em governança, administração, planejamento,
operação, propaganda, técnico e, principalmente, marketing e ouvi que “se as
entidades não têm verba nem para subsistência como fariam para ter uma
estrutura profissionalizada...”.
Mas, em
contrapartida, quanto menor é a verba conseguida, mais ela é mal investida.
Todos querem
receber patrocínios privados sem terem nada para dar em troca. Sem ter o
produto. E se têm, não sabem o que significa o produto no mercado. Quanto vale?
Para quem? Quem consome? Etc, Etc, Etc.
Está na hora
de mudar. É preciso por um fim na acomodação da perpetuação do poder. Dar voz e
oportunidades aos atletas, aos clubes, à profissionalização. Se a entidade não
tem verba para se profissionalizar, a única saída é que seus dirigentes sejam
profissionais remunerados clara, justa e honestamente.
Já temos
alguns exemplos despontando com sucesso.