José Estevão Cocco
Incrível a capacidade dos políticos e demais
integrantes do poder público de explicar o inexplicável.
Sempre que acontece um episódio negativo, nas cidades,
estados e no Brasil, a reação dos responsáveis públicos é unânime: “já estamos
elaborando um projeto específico e formando uma comissão para estudar o
assunto” ou “o local não tinha o alvará de funcionamento, nem o laudo do Corpo
de Bombeiros...”.
E a quantidade enorme de funcionários públicos e
agentes de fiscalização? O que fazem? Onde andam?
E a população que deveria fiscalizar os fiscais, onde
se esconde? Atrás dos votos de cabresto? Medo de perder a boquinha?
E os vereadores, deputados, senadores, além de
politicagem, o que fazem de sério e produtivo em prol da população?
Fosse o poder público mais propositivo, mais sério,
mais trabalhador, mais responsável, menos enganador, as tragédias seriam muito
minimizadas.
Se a Justiça (como poder público) fosse mais ágil, se
os Procuradores não fizessem somente ações de repercussão na mídia, se a
polícia tivesse uma atuação mais eficaz e a população mais responsável com seus
deveres, não teríamos tantos corruptos e aproveitadores da inércia das ditas
autoridades.
E a população? O que faz para se proteger nesta selva
moderna? Espera eternamente que as autoridades façam o que ela, população,
deveria fazer em defesa da própria vida?
Lógico que a responsabilidade pela manutenção de locais
públicos em perfeitas condições de segurança e de uso é das autoridades legal
ou ilegalmente constituídas, via de regra corruptas.
Mas a garantia de sobrevivência é de cada cidadão.
Tirando a regras de guerra onde a pessoa é obrigada a colocar sua vida em
risco, não existe a obrigação de entrar num recinto hermeticamente fechado e
sem qualquer cuidado com segurança.
Não adianta nada perder a vida e colocar a culpa no
poder público.
A vida nunca será devolvida. Cada um tem que cuidar da
sua.
Verifique se dá para atravessar a rua com segurança,
apesar de ter faixa e sinalização. Sempre haverá um motorista desqualificado,
bêbado, com carteira vencida que, com certeza, nunca foi fiscalizado.
Infelizmente, não podemos confiar nas nossas autoridades
e na sua proatividade, honestidade de propósitos e eficácia.
Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós.
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