José Estevão Cocco
Assim como as
crises econômicas são a grande desculpa dos incompetentes, a falta de
patrocínio é a eterna desculpa dos dirigentes, administradores e promotores de
eventos esportivos para justificar seus desatinos.
Agora mesmo,
recebo uma notícia de que a falta de patrocínio acaba de enterrar mais um
evento brasileiro.
Quando foi
lançada a Lei de Incentivo ao Esporte, federal, todos acharam que ela seria a
salvação do esporte brasileiro.
Tive a
oportunidade de escrever artigo e realizar o 1º Fórum sobre lei de incentivo,
no mesmo momento em que a Lei era feericamente anunciada.
Previ naquele
momento que, se não houvesse uma profissionalização dos players do mercado e
dos próprios responsáveis pela regulamentação e administração da tal Lei, nada
iria mudar. Ao contrário, piorou para as empresas sérias de marketing
esportivo.
Qual o
motivo? Dizia eu na época que os projetos deveriam atender a duas leis básicas:
a Lei de Incentivo e a implacável Lei de Mercado.
Dito e feito.
Cerca de 70% dos projetos aprovados para captação micaram e micam na mão dos
proponentes, pelo simples e cabal motivo de que o mercado não vai ceder a sua
marca, mesmo que não gaste um tostão com isso, para projetos sem começo, meio e
fim. Pior, sem credibilidade.
Como o papel
aceita tudo e os burocratas e técnicos de plantão também, vêm ao mercado
projetos inviáveis técnica e financeiramente.
Faltando
objetivos, conceitos, adequação, oportunidade, credibilidade e, principalmente,
planejamento.
São projetos
completamente ao contrário da principal lei de marketing: os projetos devem vir
do mercado para a empresa e não da empresa para o mercado. Foi-se o tempo, e
bota tempo nisso, que os produtos e serviços deixaram de ser impostos ao
mercado. O custo da mídia atual não permite isso.
Quaisquer produtos,
serviços ou eventos sem adequação e sem objetivos mercadológicos cristalinos
estão fadados a naufragar. A não ser aqueles bancados politicamente por
estatais ou governantes sem a mínima necessidade de salvaguardar suas marcas e
suas imagens.
Depois do
fracasso, inevitavelmente vem a grande desculpa: a falta de patrocínio matou o
meu projeto. E fica a grande pergunta: será que o projeto estava apto a receber
patrocínios ou estava baseado na máxima corrente de que o patrocínio paga tudo?
Será?