segunda-feira, 14 de maio de 2012

A falta de patrocínio mata o esporte. Será?


José Estevão Cocco


Assim como as crises econômicas são a grande desculpa dos incompetentes, a falta de patrocínio é a eterna desculpa dos dirigentes, administradores e promotores de eventos esportivos para justificar seus desatinos.

Agora mesmo, recebo uma notícia de que a falta de patrocínio acaba de enterrar mais um evento brasileiro.

Quando foi lançada a Lei de Incentivo ao Esporte, federal, todos acharam que ela seria a salvação do esporte brasileiro.

Tive a oportunidade de escrever artigo e realizar o 1º Fórum sobre lei de incentivo, no mesmo momento em que a Lei era feericamente anunciada.

Previ naquele momento que, se não houvesse uma profissionalização dos players do mercado e dos próprios responsáveis pela regulamentação e administração da tal Lei, nada iria mudar. Ao contrário, piorou para as empresas sérias de marketing esportivo.

Qual o motivo? Dizia eu na época que os projetos deveriam atender a duas leis básicas: a Lei de Incentivo e a implacável Lei de Mercado.

Dito e feito. Cerca de 70% dos projetos aprovados para captação micaram e micam na mão dos proponentes, pelo simples e cabal motivo de que o mercado não vai ceder a sua marca, mesmo que não gaste um tostão com isso, para projetos sem começo, meio e fim. Pior, sem credibilidade.

Como o papel aceita tudo e os burocratas e técnicos de plantão também, vêm ao mercado projetos inviáveis técnica e financeiramente.

Faltando objetivos, conceitos, adequação, oportunidade, credibilidade e, principalmente, planejamento.

São projetos completamente ao contrário da principal lei de marketing: os projetos devem vir do mercado para a empresa e não da empresa para o mercado. Foi-se o tempo, e bota tempo nisso, que os produtos e serviços deixaram de ser impostos ao mercado. O custo da mídia atual não permite isso.

Quaisquer produtos, serviços ou eventos sem adequação e sem objetivos mercadológicos cristalinos estão fadados a naufragar. A não ser aqueles bancados politicamente por estatais ou governantes sem a mínima necessidade de salvaguardar suas marcas e suas imagens.

Depois do fracasso, inevitavelmente vem a grande desculpa: a falta de patrocínio matou o meu projeto. E fica a grande pergunta: será que o projeto estava apto a receber patrocínios ou estava baseado na máxima corrente de que o patrocínio paga tudo?

Será?

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