segunda-feira, 8 de março de 2010

Elas têm seu espaço

Por Diandra Gomes Arbia

Cada vez mais as mulheres vêm ganhando espaço no mundo. Elas já conquistaram as salas de aula, a política, o mercado de trabalho e o esporte. O esporte? Sim, o esporte.

Quem ainda hoje pensa que o mundo esportivo é essencialmente masculino está muito enganado. Mesmo em uma modalidade como o futebol, a realidade surpreende. Temos Marta e Cristiane aí para provar. Na Fórmula Indy, temos Bia Figueiredo, que estreará no próximo domingo, correndo em São Paulo. Isso sem falar nas nossas ginastas, nas jogadoras de vôlei, de basquete, de handball...

Já há algum tempo, os patrocinadores estão compreendendo isso. A Copagaz pagou R$500 mil em 2009 para ser patrocinadora máster do time feminino do Santos Futebol Clube. Foi o maior acordo da história da modalidade no Brasil. A renovação do aporte já foi anunciada para 2010.

Em 2005, a Bombril lançou o “Mulheres que fazem o Brasil Brilhar”, com investimentos de R$12 milhões em 30 meses. Durante este período, o programa apoiou 72 atletas em 13 diferentes modalidades. O plano se transformou no maior e mais completo programa de apoio, incentivo e reconhecimento das atletas nacionais já feito.

Já a empresa de material esportivo, Kappa, lançou uma linha de chuteiras focada no público feminino, com três modelos criados exclusivamente para elas. Em 2009, a Adidas já havia lançado uma campanha mundial voltada para as mulheres, com a tenista sérvia Ana Ivanovic como maior destaque.

Não podemos esquecer também que, no final do ano passado, o Flamengo – clube mais popular do país e atual Campeão Brasileiro - elegeu uma mulher para seu comando: Patrícia Amorim. Até 2012 a ex-atleta enfrentará mais uma leva de obstáculos, além dos que encontrou ao longo de sua campanha. Os associados do clube duvidavam da capacidade dela para administrar o futebol, que é o carro-chefe do clube. Até o momento, ela não vem fazendo feio.

Fora das quadras, a mulher também tem sido vista como um ótimo negócio, sendo ainda contemplada como espectadora e torcedora. O Real Madrid, por exemplo, criou uma coleção de roupa íntima com a marca do clube. Além de peças masculinas, o clube também pensou nas suas torcedoras e preparou roupas íntimas femininas.
No Brasil, o Santos lançou no ano passado uma linha de produtos femininos, com uma coleção de bolsas e acessórios destinada exclusivamente às mulheres. Com o lançamento, a expectativa do clube era de que apenas nos seis primeiros meses fossem comercializadas dez mil unidades, com uma receita média estimada de R$200 mil em royalties. Atualmente, estima-se que cerca de 25% dos torcedores presentes às partidas de futebol são mulheres.

A pesquisa “Women’s Word Football”, realizada em 21 países (incluindo o Brasil) pela consultoria alemã SPORT+MARKT, revelou que as mulheres já representam 30% entre os fãs de futebol no mundo inteiro. Foram entrevistadas mais de 20 mil pessoas e, segundo o resultado, a estimativa é de que são mais de 300 milhões de mulheres, entre os 800 milhões de torcedores do esporte no planeta inteiro.

Os resultados vão ainda mais longe e apresentam as mulheres como um fenômeno quando o assunto é o consumo: as mulheres fãs de futebol consomem mais produtos ligados ao esporte do que os homens, mesmo com o - ainda existente - pouco caso com que alguns clubes tratam suas torcedoras. Por mais ações que já estejam sendo feitas, este ainda é um mercado pouco explorado, com um potencial incrível.

Neste Dia Internacional da Mulher, vale à pena colocar as coisas sob perspectiva e enxergar as mulheres com toda a admiração que elas efetivamente merecem e conquistam a cada dia. Inclusive no esporte.

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