quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Havas confirma sucesso do vôlei brasileiro


Por Teresa Levin – jornal propmark
O País é do futebol, mas quem tem mais sucesso é o vôlei. É o que apontou o estudo “Nations of Sports”, desenvolvido pela Havas Sports & Entertainment (HS&E) – divisão do grupo Havas especializada em marketing esportivo e de entretenimento. A pesquisa avaliou o desempenho de 131 países, entre eles o Brasil, em ranking de medalhas em 52 modalidades esportivas, reconhecidas pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), além de esportes automotores.

O vôlei sai na frente como o esporte brasileiro que tem a melhor performance, seguido pelo futebol. O vôlei conquistou nove medalhas (duas de ouro, cinco de prata e duas de bronze), contra cinco no futebol (duas de ouro, duas de prata e uma de bronze). Mas o futebol ainda é a principal indústria do esporte no País. Há um longo caminho para o vôlei, esporte com grande potencial de negócios a ser explorado e uma ampla gama de consumidores a ser conquistada.

“O vôlei ainda não tem um consumo digno da grande cobertura da mídia”, apontou José Estevão Cocco, presidente da J.Cocco Sportainment Strategy. “O potencial de negócios do vôlei está muito longe do limite de potencial faturamento. Quando comparado com o futebol, o número de jogos e espetáculos do vôlei é infinitamente menor. Falamos de jogos e espetáculos de equipes importantes. Não tendo jogos, o potencial de patrocínios permanece muito baixo”, avaliou. Para ele, as poucas equipes bem estruturadas que existem no Brasil têm seus patrocinadores. “Só que são eventuais e, tirando as verdadeiras grandes equipes, as outras praticamente não têm como se manter”.

Cocco lembrou que, no caso específico do vôlei, a administração está voltada totalmente para as seleções. “Em todas as categorias, masculinas e femininas. Em detrimento dos clubes, a prioridade total é das seleções que ficam com os jogadores convocados durante praticamente toda a temporada. Enquanto o vôlei brasileiro de seleções tem uma presença brilhante no cenário mundial, os clubes ficam muito a desejar nos eventos interclubes”, disse.

Cocco ressaltou que o País é referência mundial por conta do seu Centro de Treinamento e Formação, que não tem concorrentes. “Ele é benchmark para o resto do mundo. Nele são formados e lapidados nossos astros e estrelas do vôlei. Com um único centro o vôlei consegue manter seleções praticamente permanentes. Os jogos dessas seleções, quando realizados no Brasil, invariavelmente lotam os ginásios. O mesmo não acontece com os clubes”, falou. O especialista em marketing esportivo afirmou ainda que o vôlei tem grande apelo junto à população. “Seu consumo não é maior por falta de mais jogos e espetáculos”, argumentou.

Para ele, o esporte ocupa o espaço que deveria nos veículos de comunicação. “Sempre que acontece algum resultado ou jogo importante, a cobertura da mídia é compatível”, disse.

Na seara dos anunciantes envolvidos com o vôlei, o mais lembrado é o Banco do Brasil. “O maior case do vôlei no Brasil é do Banco do Brasil, principal patrocinador da Confederação Brasileira de Voleibol”, enfatizou Cocco. O Banco do Brasil patrocina, com exclusividade, o voleibol brasileiro desde 1991. A ideia surgiu um ano antes como plano de aproximação do público jovem.

Na época, pesquisas apontaram que, entre as atividades de maior interesse dos jovens, o esporte era a mais prazerosa. Com este dado em mãos, o BB encontrou a oportunidade que procurava na Liga Mundial de Vôlei, com jogos no Brasil, Holanda, França e Itália, em 1991. “As pesquisas e o patrocínio às seleções de basquete em anos anteriores ofereceram um dos dados mais importantes para a nova imagem: o vôlei era a modalidade mais assistida na TV. Ou seja, no País do futebol, os jovens viam vôlei”, informa o BB em seu site. A instituição também sabia que o patrocinador é, por todos os motivos, o maior torcedor da equipe patrocinada. “E lugar de torcedor é na arquibancada. Nesse momento formou-se a Torcida Brasil com suas camisetas amarelas colorindo os ginásios do País e do mundo”, informa o site do banco.

Já a Olympikus patrocina a CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) desde 1997. Nos treinos dos atletas, novas tecnologias são criadas e testadas. O contrato atual da marca com a CBV vai até dezembro de 2012 e envolve o patrocínio e o fornecimento de material esportivo. Com isso, a marca acompanha todo o ciclo de competições nacionais e internacionais, com destaque para Liga Mundial, Grand Prix, Copas do Mundo, campeonatos mundiais, Copa América, Final Four, entre outros. Por ano, a CBV deve receber da Olympikus em torno de 20 mil peças para atletas, comissão técnica e equipe de suporte.

Marcas apoiam equipes

Além do BB e Olympikus, anunciantes como Leite Moça, Unilever, Pirelli e Bradesco, por exemplo, apoiam equipes brasileiras de vôlei. A Unilever patrocina projeto ligado ao vôlei desde 1997. A equipe Rexona foi lançada em março de 1997, em Curitiba, e em julho do mesmo ano fez o primeiro jogo sob o comando do técnico Bernardinho. Na temporada 2009/2010 o time passou por várias mudanças. Com os 80 anos da Unilever no Brasil, ele ganhou novo nome, uniforme e site, passando a chamar-se Unilever, assumindo assim a identidade corporativa da empresa mantenedora.

A disparidade financeira entre o vôlei e o futebol no Brasil é enorme. A J.Cocco trabalha com a previsão de faturamento do vôlei, incluindo clubes e seleções, de R$ 150 milhões em 2011. O futebol deve movimentar, entre patrocínios de clubes, merchandising nos jogos e direitos de televisão, cerca de R$ 1,5 bilhão. A classificação geral do estudo “Nations of Sports” posiciona o Brasil em 26º lugar no ranking, com 60 pódios, sendo 15 medalhas de ouro.

No ranking geral, os Estados Unidos ocupam a primeira posição, seguidos pela China, Rússia, Alemanha e França. Analisando o desempenho específico em esportes coletivos, os mesmos países mantêm a liderança, porém o Brasil sobe para a 17ª posição, com 23 pódios e seis medalhas de ouro, sendo duas de voleibol, duas de futebol, uma de handebol de areia e uma no tiro. Mas como o Brasil será sede dos Jogos Olímpicos de 2016, esses resultados devem melhorar.

O estudo “Nations of Sport” é realizado anualmente desde 2005. A performance brasileira não sofreu alterações significativas nesses cinco anos, ficando sempre entre 20º e 26º lugar. A metodologia utilizada é a mesma do Comitê Olímpico Internacional (COI). A pesquisa foi concluída em novembro de 2010.

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