terça-feira, 6 de março de 2012

Oba, oba no marketing esportivo


Por José Estevão Cocco

Há cerca de nove anos, eu e meu sócio na época, José Carlos Brunoro, sentimos que o Marketing Esportivo estava sendo ameaçado pelos "paraquedistas" que tumultuavam o mercado.

Para tentar remediar a atuação, oferecemos palestras e seminários gratuitos para empresas que tivessem interesse em atualizar os conhecimentos dos seus funcionários e colaboradores em marketing e, especialmente, em marketing esportivo.

Foi um sucesso. Tanto que resolvemos criar um dos primeiros cursos de Gestão de Esporte, em conjunto com a Faculdade Trevisan.

Tive o prazer de formatar o curso, coordenar e ser o professor das aulas de marketing, que significavam cerca de trinta e cinco por cento do curso, durante os cinco primeiros anos quando, por força maior, precisei deixar o curso.

Posteriormente, formatei um curso de Marketing Esportivo para Ex-Atletas. Totalmente gratuito, o curso tem o objetivo de formar profissionais de marketing esportivo. Grandes nomes do esporte brasileiro frequentaram as aulas.

A razão desse curso é dar embasamento aos valorosos ex-atletas, que buscam no marketing esportivo um prosseguimento de suas vitoriosas carreiras. Sentimos que os consagrados atletas tinham grande facilidade de abrir portas junto às empresas e anunciantes. Só que, frente ao interlocutor, normalmente um profissional de marketing, acostumado a decidir em cima de números e justificativas, o ex-atleta não tinha muito o que dizer.

Com o advento da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no Brasil, está acontecendo um alvoroço no mercado. Os paraquedistas voltaram a se agitar. Planos mirabolantes para ganhar algum dinheirinho. Em muitos casos dinheirão.

As grandes agências de propaganda, nacionais e internacionais, vislumbrando que seus clientes podem investir grande parte da verba de marketing em ações de marketing esportivo, resolveram montar estruturas próprias.

O problema é que não existem no mercado profissionais com know-how e expertise em quantidade suficiente para basear esse súbito crescimento do mercado.

Então, elas estão apelando para a contratação feérica de atletas e ex-atletas para serem o "garoto propaganda" das suas estruturas. Mas, como todos sabemos, os garotos e garotas propaganda são apenas, e tão somente, os portadores da mensagem. Quando a Propaganda contrata artistas famosos para estrelarem seus comerciais, tem toda uma estrutura técnica por trás.

Não é o caso do marketing esportivo. Ações de marketing esportivo necessitam muito mais do que apresentações feéricas. Precisam estar solidamente assentadas em atividades muito diferentes do que simplesmente colocar um filme na televisão. É preciso conhecer profundamente todas as nuances do esporte, para poder identificar as reais oportunidades que a indústria do esporte pode oferecer e utilizar a verba do cliente de forma mais rentável. Do contrário, sob o manto do marketing esportivo, estará sendo feita apenas propaganda tradicional com atletas estrelando.

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