Há cerca de
nove anos, eu e meu sócio na época, José Carlos Brunoro, sentimos que o
Marketing Esportivo estava sendo ameaçado pelos "paraquedistas" que
tumultuavam o mercado.
Para tentar
remediar a atuação, oferecemos palestras e seminários gratuitos para empresas
que tivessem interesse em atualizar os conhecimentos dos seus funcionários e
colaboradores em marketing e, especialmente, em marketing esportivo.
Foi um
sucesso. Tanto que resolvemos criar um dos primeiros cursos de Gestão de Esporte,
em conjunto com a Faculdade Trevisan.
Tive o prazer
de formatar o curso, coordenar e ser o professor das aulas de marketing, que
significavam cerca de trinta e cinco por cento do curso, durante os cinco
primeiros anos quando, por força maior, precisei deixar o curso.
Posteriormente,
formatei um curso de Marketing Esportivo para Ex-Atletas. Totalmente gratuito,
o curso tem o objetivo de formar profissionais de marketing esportivo. Grandes
nomes do esporte brasileiro frequentaram as aulas.
A razão desse
curso é dar embasamento aos valorosos ex-atletas, que buscam no marketing
esportivo um prosseguimento de suas vitoriosas carreiras. Sentimos que os
consagrados atletas tinham grande facilidade de abrir portas junto às empresas
e anunciantes. Só que, frente ao interlocutor, normalmente um profissional de
marketing, acostumado a decidir em cima de números e justificativas, o
ex-atleta não tinha muito o que dizer.
Com o advento
da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no Brasil, está acontecendo um alvoroço no
mercado. Os paraquedistas voltaram a se agitar. Planos mirabolantes para ganhar
algum dinheirinho. Em muitos casos dinheirão.
As grandes
agências de propaganda, nacionais e internacionais, vislumbrando que seus
clientes podem investir grande parte da verba de marketing em ações de
marketing esportivo, resolveram montar estruturas próprias.
O problema é
que não existem no mercado profissionais com know-how e expertise em quantidade
suficiente para basear esse súbito crescimento do mercado.
Então, elas
estão apelando para a contratação feérica de atletas e ex-atletas para serem o
"garoto propaganda" das suas estruturas. Mas, como todos sabemos, os
garotos e garotas propaganda são apenas, e tão somente, os portadores da
mensagem. Quando a Propaganda contrata artistas famosos para estrelarem seus
comerciais, tem toda uma estrutura técnica por trás.
Não é o caso
do marketing esportivo. Ações de marketing esportivo necessitam muito mais do
que apresentações feéricas. Precisam estar solidamente assentadas em atividades
muito diferentes do que simplesmente colocar um filme na televisão. É preciso
conhecer profundamente todas as nuances do esporte, para poder identificar as
reais oportunidades que a indústria do esporte pode oferecer e utilizar a verba
do cliente de forma mais rentável. Do contrário, sob o manto do marketing
esportivo, estará sendo feita apenas propaganda tradicional com atletas
estrelando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário