José Estevão
Cocco
Para
responder a essa pergunta, é preciso conceituar futebol. Se a referência
for sobre um futebol profissionalizado, com planejamento, objetivos claros, sem
interesses ocultos, despolitizado (na acepção mais negativa do termo), com
administração profissional moderna e dinâmica a resposta deve ser um sonoro
não.
Ainda é o
melhor futebol do mundo? Lógica e comprovadamente também não. Vide nossas
participações internacionais, em diversas categorias, torneios, jogos amistosos
e campeonatos. Nossos atletas já não são mais unanimidades no exterior. Nossos
times, por diversos motivos, não realizam jogos internacionais.
Na última
divulgação do ranking FIFA de seleções, o Brasil ocupa a humilhante
(negocialmente falando) 18ª classificação. Estamos atrás de Espanha, Alemanha,
Argentina, Itália, Colômbia,
Inglaterra, Portugal, Holanda, Rússia, Croácia, Grécia, Equador,
Suiça, Costa do Marfim, México, Uruguai, França...
Comparando a
média de público nos estádios nos campeonatos nacionais, somos a 13ª média com
apenas 14.997 espectadores por jogo, com ocupação média de meros 44% dos
lugares dos estádios.
A Alemanha
tem uma média de 45.000 espectadores por jogo e uma ocupação de 93% da capacidade
dos estádios.
A Inglaterra
tem uma média de 97%. A Holanda 90%. A segunda divisão inglesa tem a
ocupação média de 70%. A segunda divisão alemã 60%.
Brasil, o
falado país do futebol, tem um público total (5.700.000 espectadores)
praticamente igual à segunda divisão alemã e quase a metade da segunda divisão
inglesa (10.000.000 de espectadores).
Como os
números não mentem, é preciso repensar urgentemente o melhor futebol do mundo. Sob
todos os ângulos de visão: administrativo, organizacional, técnico,
estratégico...
O futebol
brasileiro precisa pensar no seu futuro. As pesquisas, levantamentos e
observações mostram claramente que os jovens já não estão conectados
apaixonadamente pelo futebol, sejam clubes ou seleções. O que isso significa, a
médio prazo, em termos de desenvolvimento do mercado esportivo, dos clubes, das
receitas, dos patrocínios.
Todos
sabemos que a Copa de 2014 é “uma fada de dois legumes” (como diria o saudoso
Vicente Matheus). Nesse caso, estão em jogo o desempenho da seleção e da
realização da copa que, pelo que parece, não vai ser das melhores.
Nos próximos
artigos, vamos analisar outros importantes aspectos como “O esporte brasileiro
é público ou privado?”, “Quais as razões para o Brasil não ter uma política
estratégica para o desenvolvimento da indústria do futebol?” e “Qual a razão de
não haver técnicos brasileiros em times
importantes do exterior?”.
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