quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Os narradores esportivos brasileiros da televisão. O contra-marketing.

Por José Cocco

Está certo que o brasileiro não acompanha de maneira mais ativa os jogos de neve. Somente nos Jogos Olímpicos que tem a atenção voltada em virtude das transmissões via televisão.

O interessante, ou irritante, é a postura dos narradores, não todos, de aplicarem nas suas narrações as mesmas características de uma transmissão de futebol.
Assistir a uma corrida de bobsleigh com narração berrada e alucinada como se fosse uma partida de futebol narrada no rádio não tem o menor cabimento.

Será que as orientações dos diretores da transmissão são para que os narradores transformem o espetáculo em disputa mortal entre os competidores visando tornar a transmissão mais atraente e que prenda os telespectadores ao vídeo? Ou é simples despreparo da maioria dos narradores?

Aliás, salvo três ou quatros honrosas exceções, os narradores de esportes da nossa televisão são abaixo de qualquer crítica. O PFC, principalmente, talvez pelo grande número de transmissões, brinda aos seus assinantes levando para partidas importantes narradores que parecem desesperados, tentando fazer do espetáculo algo vibrante.

No futebol, a maioria dos narradores insiste durante os noventas minutos a nos explicar o que estamos vendo pelas inequívocas imagens. “Fulano chutou com a perna esquerda... fulano cruzou para a área... fulano foi derrubado... fulano tocou de cabeça... e daí pra frente nos obrigando a tirar o som da transmissão.

Se for para aguentar um narrador de televisão irritante e despreparado tentando imitar narrador de rádio é preferível utilizar o som do rádio, que infelizmente, na maioria das transmissões, apresenta um delay muito grande.
Isso é um desserviço ao marketing, à comunicação e aos aspectos comerciais dos patrocínios.

Assim como as marcas patrocinadoras agregam as qualidades do esporte, também agregam a inconveniência dos narradores. Isso tudo para não falar dos tais dos comentaristas despreparados, desinformados e, na maioria das vezes sem acuidade visual para acompanhar as imagens.

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