quinta-feira, 18 de março de 2010

Mundial 2010 - Festival de fãs

Criados no Mundial da Alemanha, os Fan Fests são a maior aposta da FIFA para atrair o público jovem que não pode ir aos estádios

Fonte: Exame Angola

No dia 11 de Junho de 2010, quando o árbitro apitar para o início do primeiro jogo do Mundial da África do Sul, 400 mil pessoas assistirão à partida nas ruas de 16 cidades espalhadas pelo mundo. Até à final, um mês depois, estima-se que mais de 25 milhões terão visto os jogos nos Fan Fests, réplicas de estádios a céu aberto montados pela FIFA (Federação Internacional de Futebol) em que, além das transmissões das partidas, haverá shows, venda de comidas e bebidas e merchandising.

Criados para o Mundial de 2006 na Alemanha, os Fan Fest (ou “festival dos fãs”) é a melhor jogada de marketing da história dos Mundiais. O festival atrai gente mais jovem aos estádios, o que é muito interessante para as marcas e para a própria FIFA, que renova o seu público.



Para a entidade máxima do futebol mundial, que tem nos patrocínios a sua segunda maior fonte de receitas (a primeira são os direitos de transmissão dos jogos do Mundial), esses eventos são um negócio promissor. O público estimado para os Fan Fests de 2010 é de seis vezes mais do que o que irá aos estádios.

As aglomerações espontâneas para assistir aos jogos de futebol em locais públicos chamaram a atenção da FIFA no Mundial de 2002, realizado na Coreia do Sul e no Japão. Naquele ano, ecrãs montados em praças e parques atraíram milhões de pessoas. No Mundial seguinte, na Alemanha, a FIFA criou a marca Fan Fest e montou eventos em 12 locais do país, usando o seu logótipo oficial e o dos patrocinadores.

Os jogos foram transmitidos em ecrãs gigantes e assistidos por 18 milhões de pessoas durante um mês. Algumas das empresas que já patrocinavam a FIFA passaram a financiar também os Fan Fests. Segundo o relatório sobre as contas do Mundial, foram arrecadados 7 milhões de dólares em patrocínios de festas, pagos pela MasterCard, Coca-Cola, Hyundai e Toshiba.

O dinheiro foi gasto nos eventos que não deram lucro. Para o Mundial da África do Sul, tudo foi pensado para multiplicar as receitas dos Fan Fests. Pela primeira vez haverá eventos fora do país-sede — Londres, Paris, Sydney, Cidade do México, Berlim, Roma e Rio de Janeiro.

Patrocinar um Fan Fest também será bem mais caro do que na Alemanha. Mas o grande salto no faturamento só deverá ocorrer no Brasil, em 2014. Como os contratos de patrocínio para o Mundial seguem ciclos de quatro anos e são negociados com, pelo menos, quatro anos de antecedência, quando o Fan Fest da Alemanha foi concebido, todos os patrocínios para os Mundiais de 2006 e de 2010 já estavam negociados.

Por isso o valor que a FIFA conseguiu amealhar para as festas na Alemanha foi relativamente pequeno. “Não dá para dizer a um patrocinador que já gastou 500 milhões de dólares que ele terá de pagar mais uma fortuna por um evento que ainda não foi testado. Em 2014, a história já será diferente”, diz um executivo ligado à organização dos Fan Fests em 2010.

A melhor jogada de marketing da FIFA

As festas são uma arma de tal forma estratégica que a FIFA criou uma divisão especial para a sua organização. Na Alemanha, 19 mil pessoas foram mobilizadas para montar o evento que, em 2010, ocorrerá em locais vedados, com entradas gratuitas e programação para um dia inteiro. As festas passaram a fazer parte das negociações da FIFA com os canais que disputam os direitos televisivos de transmissão do Mundial.

Para 2010, as operadoras assumiram o compromisso de cobrir os Fan Fests com entradas ao vivo e imagens dos eventos noutros países. Antevendo uma proliferação de “Fan Fests alternativas”, a FIFA criou um esquema de proteção de marca que dita regras para todas as transmissões públicas de jogos.

Prevêem, por exemplo, que nenhuma dessas transmissões pode ter o apoio financeiro de concorrentes dos patrocinadores da FIFA ou do Campeonato do Mundo. Todos os organizadores das festas precisam ter licença da FIFA, sob pena de serem processados.

Para os países-sede as festas também podem ser uma poderosa arma de marketing. As cenas dos parques repletos de jovens na Alemanha foram decisivas para reforçar a imagem de um povo alegre, divertido e acolhedor, que contrasta com a tradicional frieza e rispidez que caracteriza a imagem externa dos germânicos.

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Um comentário:

Unknown disse...

Legal..estive num Fan Fest em Dortmund em 2006 e foi muito bacana. Não sei se na África surtirá o mesmo efeito. Aliás, como a Alemanha é difícil...rs. Parabéns pelo blog!

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