sexta-feira, 25 de junho de 2010

Copa 2014 vai gerar R$ 142 bi adicionais para a economia brasileira

Estudo produzido pela Ernst & Young, em parceria com a Fundação Getulio Vargas, analisa impacto da realização da Copa do Mundo em mais de 30 setores da economia.

A Copa do Mundo 2014 terá um efeito multiplicador capaz de quintuplicar os investimentos diretos realizados no País para viabilizar o evento, injetando no total R$ 142,39 bilhões na economia brasileira até 2014. A informação é resultante do estudo Brasil Sustentável – Impactos socioeconômicos da Copa do Mundo 2014, produzido pela Ernst & Young em parceria com Fundação Getulio Vargas (FGV).

Além do investimento direto de R$ 22,46 bilhões para garantir infraestrutura e organização, a realização da competição deve acarretar R$ 112,79 bilhões adicionais, considerando-se os impactos provocados em inúmeros setores interligados, em um efeito dominó com uma série de desdobramentos econômico-sociais. Serão gerados 3,63 milhões de empregos-ano e R$ 63,48 bilhões de renda para a população, impactando o mercado de consumo interno.

A arrecadação também vai ser impactada, com um adicional de R$ 18,13 bilhões para reforçar cofres públicos. O impacto direto sobre o PIB no período 2010-2014 é de R$ 64,5 bilhões – valor que corresponde a 2,17% do valor estimado do PIB para 2010, de R$ 2,9 trilhões. Os setores mais beneficiados pela Copa do Mundo no Brasil serão os de construção civil, alimentos e bebidas, serviços prestados às empresas, serviços de utilidade pública (eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana) e serviços de informação.

O investimento para equacionar os principais gargalos estruturais, como a limitação dos aeroportos, deve favorecer também o fluxo turístico. A perspectiva é de que o número de visitantes internacionais para o Brasil pode crescer 79% até a Copa, podendo ter impacto superior nos anos seguintes. O estudo aponta que, no período 2010-2014, o número de turistas internacionais deve crescer em 2,98 milhões de pessoas.

“O incremento do turismo traz consigo uma entrada significativa de recursos, que acabam se distribuindo entre os setores de hotelaria, transporte, comunicações, cultura, lazer e varejo”, explica José Carlos Pinto, sócio de assessoria da
Ernst & Young. A estimativa é de que só o fluxo induzido pela Copa do Mundo seria responsável por receitas adicionais de até R$ 5,94 bilhões.

As 12 cidades-sede receberão investimentos de infraestrutura da ordem de R$ 14,54 bilhões, que vão muito além da construção e/ou modernização dos estádios, com significativo impacto sobre os PIBs municipais. Só na reurbanização e embelezamento das cidades, os gastos estão estimados em R$ 2,84 bilhões. Há ainda investimentos representativos na base de tecnologia de informação em cada cidade, em mídia e publicidade, segurança pública, na expansão e adequação de complexos hoteleiros e soluções de mobilidade urbana, entre outros.

Copa Sustentável – O estudo mostra ainda como o desenvolvimento de métricas, segundo os critérios adotados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep, na sigla em inglês), permitem que a Copa do Mundo de 2014 venha a ser a primeira Copa do Mundo sustentável da história – respeitando as dimensões econômicas, sociais e ambientais.

São sete passos que permeiam todas as atividades da Copa, de estádios erguidos com o critério de construção verde ao impacto das viagens de avião no cálculo da pegada de carbono:

• Conservação de energia e mudanças climáticas: como minimizar a pegada de carbono;
• Água: como promover a conservação da água;
• Gestão interna de resíduos: como reduzir, reutilizar, e reciclar resíduos com apoio dos catadores;
• Transporte, mobilidade e acesso: como alcançar a eficiência energética, com uso de transportes acessíveis e universais que minimizem a poluição;
• Paisagem e biodiversidade;
• Edifícios verdes e estilos de vida sustentáveis; e
• Construção sustentável.

Fonte: Série Brasil Sustentável - O Brasil Sustentável – Impactos socioeconômicos da Copa do Mundo 2014 é a sexta de uma série de publicações desenvolvidas em conjunto pela Ernst & Young e a FGV.

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