sexta-feira, 23 de julho de 2010

Nem o Corinthians quer elefante branco. Da boca pra fora.

Por José Estevão Cocco
Publicado no Portal Copa 2014

Diz Andrés Sanchez, presidente do Corinthians: “O estádio precisaria receber 75 (sic) mil pessoas. Você sabe quanto custa manter um estádio desse tamanho?” (Wagner Vilaron, Estadão, 15/07/2010, esportes). Diz mais “O Corinthians não pode fazer isso, pois nossa média de público está em torno de 25 mil torcedores por jogo”.

Trocando em miúdos, essas sensatas afirmações do dirigente de um dos maiores clubes e torcida brasileiros, corroboram a posição de que as cidades não podem e não devem construir elefantes brancos. Principalmente aquelas que já possuem um estádio com grande capacidade de público.



Pelas palavras de Andrés Sanchez, mesmo recebendo um estádio de graça, não vale à pena. O custo de manutenção é inviável.

Se o Corinthians que é o Corinthians não consegue manter esses estádios sem qualquer adequação econômica e financeira, quem vai conseguir? Uma cidade sem times, sem campeonatos?

Mesmo assim, com tantas manifestações desse teor e quilate, o lobby para a construção de um novo estádio em São Paulo, continua pressionando a mídia, os leitores, os governantes e o povo.

Claro, não sejamos ingênuos, que as afirmações do presidente do Corinthians objetivam conseguir investimento a fundo perdido no seu novo estádio, aproveitando a celeuma criada com o veto ao Morumbi, que ele mesmo ajudou a insuflar.

Guarulhos, Itaquera ou Pirituba o problema é o mesmo: como manter um estádio de 65 ou 75 mil lugares com uma presença média de 25 mil pessoas por jogo. Só a política consegue equacionar. E os mais vivos e atuantes levar vantagem.

Os mais incautos, os torcedores cegos de paixão e os lobistas sempre se apressam em divulgar que a realização de shows é a salvação. Ou que os valores de “naming rights” viabilizam. Não é bem assim. Se fosse, o Andrés Sanchez não exigiria um estádio a custo zero e, ainda, ajuda financeira na manutenção do elefante branco.

A realidade é que com o Morumbi não aceitando fazer a loucura de colocar o próprio dinheiro num estádio fora da realidade e utilização somente durante 2 ou 3 jogos da Copa, os governos estadual e municipal se negando a colocar dinheiro público em novos estádios desnecessários, a CBF e FIFA encurraladas com a firme decisão paulista de abrir mão da abertura da Copa, o Andrés Sanchez deita e rola e é capaz de sair com um estádio enorme a custo zero e ainda com manutenção garantida.

Qualquer semelhança com o Engenhão é mera coincidência.

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