Botar a
mão na taça não é objetivo do país. É da seleção.
Qualquer
empresa, quando faz algum investimento, tem objetivos muito claros. Entre eles,
podemos ter aumentar a produção, melhorar a qualidade do produto, treinar seus
colaboradores, dar melhores condições de trabalho e sociais aos seus
funcionários, melhorar a imagem institucional, melhorar a imagem dos produtos,
lançar novos produtos, além de muitos outros.
Definindo o
que ela precisa e deve fazer, vai buscar as alternativas adequadas a cada
objetivo. Pode comprar novo maquinário, pode modernizar as embalagens e pode
fazer uma atividade de marketing com propaganda, promoção, patrocínios e vários
outros.
No caso de
atividade de marketing, busca no mercado as informações necessárias para que a
oferta do produto seja a mais próxima possível das aspirações do seu
consumidor. Aliás, antes de colocar um determinado produto no mercado, a
empresa já realizou ampla consulta mercadológica para saber que tipo de produto
o mercado estava buscando ou precisando.
Vamos supor
que o marketing da empresa chegou à conclusão de que deveria fazer patrocínio
esportivo. Ou patrocínios esportivos.
Para isso,
contratou uma agência de marketing esportivo séria, profissional, com histórico
para fazer o planejamento estratégico de qual tipo de patrocínio e evento ela
deveria patrocinar para atingir, sensibilizar, encantar e conquistar o seu
consumidor alvo.
Nesse
planejamento deve constar claramente o objetivo a ser alcançado - pode ser
institucional, comercial, social entre tantos outros - o valor a ser investido
e o retorno esperado. Dessa forma, a avaliação do investimento poderá ser feita
de forma correta. O famoso ROI tão desprezado pelos governos, empresas
públicas, estatais e políticos.
Quem poderia
me informar - é um desafio público - quais as contas que o governo brasileiro
fez para conquistar a realização da copa do mundo de futebol para o Brasil.
Quais os objetivos comerciais, institucionais, ou outros levaram o país a
buscar o direito de sediar uma copa do mundo?
Posso dar
algumas dicas de outros países.
A Alemanha
quis a copa para poder mostrar ao mundo, e Europa principalmente, que o povo
alemão não é um povo sisudo, mal humorado e mau anfitrião. Quis mostrar que, ao
fazer turismo na Alemanha, o turista iria encontrar tecnologia, belezas
naturais, bons hotéis, boa cerveja, bons vinhos, bons restaurantes e... um povo
alegre, cordial, simpático e acolhedor.
Para tanto, antes de criar a marca da
copa da Alemanha, criou o seu posicionamento: mostrar ao mundo que é um momento
de fazer amigos. A frase gerou o logo da copa. Diferentemente do Brasil que
criou uma marca sem saber o posicionamento da imagem que o país quer ter no
mundo.
A frase da
China, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, também aproveitou o momento de
extrema visibilidade para propor ao mundo: um só mundo, um só sonho.
A África do
Sul, por sua vez, utilizou a sua necessidade de transpor seus problemas sociais
e raciais com o tema: um lugar para todos.
E o Brasil? O
que queremos mostrar para o mundo?
Que somos o
país do samba, carnaval e futebol?
Que somos um
país de belezas naturais?
Que somos um
país de oportunidades comerciais, que temos um potencial de consumo excelente?
Que somos um
país tecnologicamente avançado ou quase?
Que vamos
fazer os maiores investimentos já vistos em todas as copas do mundo com
dinheiro público?
Os
profissionais de marketing, os investidores, os patrocinadores, os anunciantes
esperam que as autoridades que se apoderaram da Copa, nos deem um norte, para
que todos possam falar a mesma linguagem, trabalhar com o mesmo objetivo e
somar esforços.
Botar a mão
na taça, não é objetivo do país. É da seleção.
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