José
Estevão Cocco
Um verdadeiro massacre da
propaganda profissional, ética e remunerada está tomando vultos nunca
imaginados.
O Marketing Direto
praticamente sempre existiu. Centenas de milhares de "malas diretas"
eram postadas sistematicamente. Com o advento da informática foi possível a
segmentação extrema das listas utilizadas. Estudadas, aperfeiçoadas sempre
através dos retornos obtidos. Estudos de viabilidade eram feitos à exaustão.
Retorno de 1% é viável? O break even é alcançado com que retorno? Que custo
deve ter o material versus retorno? Tudo era feito por grandes especialistas
como ... As listas eram obtidas de forma ética, através de atividades
promocionais. Como o custo dos materiais e, principalmente, dos Correios eram
muito altos os envios eram parcimoniosamente feitos.
Com a chegada da internet e
a utilização dos famigerados SPAMs os pequenos, médios e grandes anunciantes já
não fazem suas tradicionais veiculações nos veículos com mídia paga nem através
de malas diretas bem estudas, bem leiautadas, realizadas por profissionais
altamente requisitados.
A comercialização de listas
de e-mails piratas, fajutas, sem autorização e completamente em desacordo com
legislação, acordos, normas e outras corre leve, livre e solta. Diariamente
recebemos ofertas de "milhões de endereços de e-mails" por valores
incrivelmente baixos. Qualquer pessoa pode comprar essas listas e poluir cada
vez mais o universo da internet, entupindo as caixas de entrada e/ou de lixo
eletrônico.
A comercialização de listas
é proibida. Mas, e daí? Não temos qualquer notícia das associações de classes
de propaganda, promoção, marketing direto, comunicação e de veículos realizarem
alguma atividade para coibir esses abusos.
O Código de
Autorregulamentação para prática de E-mail Marketing da ABEMD permite a
contratação de "Parceiros": (Art.1º. O presente Código tem por objeto
definir as regras a serem seguidas para a utilização de email como ferramenta
de marketing, de forma ética, pertinente e responsável, sem prejuízo da
concomitante aplicação da legislação vigente aplicável... X- Opt-in - é a
permissão prévia concedida pelo Destinatário e comprovável pelo Remetente,
autorizando o envio de E-mail Marketing por um determinado Remetente;...XI-
Opt-out - forma disponibilizada e informada na mensagem de E-mail Marketing
para que o destinatário exerça o descadastramento da respectiva Base de
Destinatários;...XII-
Parceira – Pessoa física ou
jurídica que contrata uma ação de E-mail Marketing para uma base de
destinatários do Remetente, que detém o relacionamento e gerenciamento das
ações de E-mail Marketing.)
Sabe o que isso significa?
Significa que qualquer empresa, em nome da parceria, pode adquirir centenas e
centenas de listas de um sem número de empresas emissoras de e-mails. A maioria
dessas listas não obedecem aos critérios éticos e legais nem a qualquer código
de ética.
Daí, você receber um e-mail
de ofertas de varejo, por exemplo, de uma empresa - normalmente grandes
varejistas - e em seguida receber o mesmo e-mail com as mesmas ofertas de
dezenas de "parceiros".
Não sou contra o envio de
e-mail marketing. Mas só recebo da lista original do anunciante, com sua identificação
e minha autorização em constar da lista. Me recuso a receber de
"parceiros" o que quer que seja. Simplesmente porque eles
comercializam o meu nome e endereço sem qualquer autorização minha.
Dentre as normas, existe a
exigência de colocar o e-mail de forma visível e acesso facilitado uma forma de
quem está recebendo o e-mail solicitar o descadastramento (opt-out).
Só que, de forma sorrateira
e sacana, eles descadastram somente daquela lista especificamente. Por exemplo
ListaXYZ-10. Dessa forma a ListaXYZ-11 vem novamente com o cadastro.
O envio desvairado de SPAMs
de forma fraudulenta e sem qualquer ética, faz com que muitos anunciantes
deixem de utilizar os veículos éticos. Principalmente o varejo.
Com a palavra a ABEMD,
AMPRO, FENAPRO, ABAP, ABA, PROCON, VEÍCULOS ESPECIALIZADOS e infinidade de
outras associações que devem tratar desse verdadeiro insulto que é o envio de
SPAMs de forma totalmente predatória.
No próximo artigo, vamos
abordar os sites de venda de produtos milagrosos que se fazem confundir com
sites jornalísticos e informativos quando, na verdade, são apenas formatos de
angariar vendas.
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