Saber
o que o mercado anseia, é meio jogo realizado
"A
gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira"
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira"
A Felicidade
- Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim
Por José Estevão Cocco
Não basta ao Brasil mostrar
ao mundo que tem capacidade de organizar um evento do tamanho da Copa do Mundo.
Sem demérito nenhum, até a África do Sul, sem qualquer tradição no futebol,
conseguiu organizar a contento o grande evento, embora com alguns tropeços.
Diríamos até que é muito
simples. É só acompanhar o que vários outros países fizeram. Construir alguns
elefantes brancos, fazer alguns ajustes, algumas adaptações às condições locais
e mostrar ao mundo a capacidade de realização.
Embora o grande momento da
Copa do Mundo, para os países sedes, seja o período efetivo dos jogos, quando a
visibilidade internacional é imensa e extraordinária, é preciso que os países
se conscientizem de que é uma oportunidade única e rara para precipitar as
decisões de realização de inúmeras obras sociais.
Não podemos pensar apenas
no período dos jogos e objetivar todas as ações e obras para aquele período.
O Brasil como nação, com
seus estados, municípios, empresas, profissionais e cidadãos, precisa ser
motivado a partir de já e aproveitar para alongar o "mês de
feliciadade" para um período muito maior.
E não, como diz o poeta:
"tudo terminar na quarta-feira".
Essa "felicidade"
é proporcionar ao cidadão brasileiro muitos motivos de orgulho e de oportunidades
de carreira profissional.
Dando oportunidade de
formação, treinamento e encaminhamento.
Muitas e muitas pessoas se
confundem sobre o que é marketing esportivo. É a pergunta que mais ouvimos.
Devemos dizer segmento de
marketing esportivo ou segmento esportivo do marketing? Lógico que é a segunda
opção.
Dessa forma, embora com
necessidades específicas, o marketing esportivo deve ser exercido por
profissionais de uma grande cadeia do mercado: administradores, gestores,
treinadores, produtores de eventos e espetáculos de entretenimento entre vários
outros.
A visão do mercado e de
mercado desses profissionais é fundamental.
As oportunidades vêm do
mercado para a empresa e não da empresa para o mercado. A Lei da Oferta e da
Procura já foi revogada há muito tempo. Hoje é Lei de Procura e Oferta.
O que mais sentimos falta
no segmento esportivo do marketing é a oferta de administradores e gestores com
foco em marketing.
Pesquisa, planejamento,
serviços de marketing, gerentes de produto, administradores de projetos,
analistas de mensuração e resultados falando a linguagem de ROI, entre tantas
outras necessidades.
O Marketing das Cidades é
uma oportunidade atual e fundamental para o melhor desenvolvimento delas.
O que o cidadão espera, o
que ele mais valoriza, qual a vocação da cidade - indústria, serviço, turismo
etc - quais as prioridades de investimentos que vão mais ao encontro dos
desejos e anseios do cidadão, nas suas mais diferentes fases de consumo: etária,
educacional, cultural...
A Copa do Mundo e os Jogos
Olímpicos já chegaram e estão aí para propiciar às cidades motivação e
oportunidades ímpares para fazer seus munícipes se orgulharem da cidade, dos
seus administradores e de seus gestores.
Dos 5.565 municípios
brasileiros, neste momento, apenas e tão somente 12 serão sedes da Copa do
Mundo. O que poderão fazer os outros 5.553 para aproveitar e, principalmente,
criar oportunidades mais perenes.
Observamos, pelo Brasil
afora ou adentro, centenas de Comitês Pró-Copa, que têm em seus planejamentos
apenas construção de estádios, estrutura urbana, transporte, aeroportos,
portos.
O que não se observa é a
real necessidade de aplicação dos conceitos de marketing na sua plenitude. O
que o mercado quer e precisa e de como eu - poder público, privado,
profissional ou cidadão - posso oferecer a solução. Ganhando dinheiro ou
prestígio ou servindo a minha cidade.
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